Gerenciar e organizar ativos de TI (ITAM), serviços de TI (ITSM) e operações de TI (ITOM) está mais desafiador hoje do que nos últimos anos. O mantra para as empresas é “disponibilidade, integridade e confiabilidade”. E a Governança é etapa fundamental para uma transformação digital bem-executada. Há ainda as empresas que acreditam estar realizando uma governança de ativos, mas por falta de conhecimento aprofundado, confundem conceitos e práticas, o que contamina os números e, consequentemente, geram indicadores não-confiáveis.
Quando a gestão é descentralizada, cada departamento realiza a gestão do jeito que acredita ser o certo e isso resulta em gargalos que levam a ineficiência operacional, baixo desempenho da equipe e custos de TI evitáveis.
A resposta para uma excelente governança não está simplesmente na contratação de profissionais preparados para realizar o gerenciamento, há uma demanda por maior maturidade na gestão dos recursos de TI. Métricas erradas e dados equivocados afetam toda a estratégia de uma boa operação. Conheça mais sobre este e outros desafios no segundo artigo da série Governança de Gestão de Ativos de TI. Confira!
Os Desafios
Inventário e monitoramento
A eficiência na gestão de inventário e monitoramento de ativos é um problema significativo enfrentado por muitas empresas. Manter um inventário completo e centralizado, em vez de espalhado por diversas bases de dados, é crucial. A necessidade de gerar relatórios utilizando planilhas do Excel, compilando dados de diferentes fontes, pode resultar em relatórios desatualizados e imprecisos. Essa falta de monitoramento adequado aumenta consideravelmente os riscos de perda ou roubo de ativos.
Há empresas que gastam quantias substanciais, com perdas anuais superiores a 50% de seu parque de ativos.
Compliance de risco
Um dos problemas mais graves enfrentados pelas empresas é a falta de atualizações de segurança em seus dispositivos móveis. Os gestores de TI estão cientes de casos alarmantes, como o ransomware WannaCry, que causou estragos em todo o mundo. O que é ainda mais preocupante é que esses problemas persistem, mesmo com soluções disponíveis. Por exemplo, os patches de segurança para o Windows que teriam protegido contra o WannaCry foram lançados três semanas antes do início da crise. Mas foi negligenciado pelos usuários e também pelas empresas.
A questão da atualização de patches de segurança é um processo complexo que envolve a homologação dos patches para garantir que não causem interrupções nas operações. No entanto, é essencial para garantir a segurança dos dados e proteger os sistemas contra ameaças cibernéticas.
O caso do WannaCry é um lembrete alarmante dos riscos associados à falta de atualizações de segurança. Este incidente resultou em bilhões de dólares em prejuízos em todo o mundo, destacando a importância crítica de manter os ativos atualizados e protegidos contra ameaças cibernéticas.
Controle de custo e ciclo de vida
Ao discutirmos o controle de custos, é importante destacar que cada ativo possui seu próprio custo associado. Os investimentos em tecnologia da informação representam uma parcela significativa do orçamento empresarial. Surpreendentemente, mesmo com a intenção de reduzir custos, adquirir equipamentos de qualidade ainda é um desafio considerável nos dias de hoje.
Quando um dispositivo não atende mais a uma determinada área, é necessário avaliar se ele pode ser realocado para outra área onde seja útil. Isso requer um eficiente sistema de remanejamento, que permite aproveitar ao máximo os recursos disponíveis. Gerenciar todo o ciclo de vida do equipamento, desde a compra até o descarte.
O descarte de equipamentos obsoletos representa um custo significativo para as empresas nos dias de hoje. O processo de descarte envolve custos adicionais e, muitas vezes, não é uma operação barata. Portanto, é crucial desenvolver estratégias eficazes de gerenciamento de ativos para minimizar esses custos e garantir uma gestão financeira saudável da infraestrutura tecnológica da empresa.
Fornecedores
Além dos desafios operacionais e técnicos, a gestão eficaz de ativos também depende da colaboração com fornecedores alinhados aos objetivos do projeto. É essencial que esses fornecedores estejam comprometidos com o sucesso do projeto, ajudando a reduzir riscos e minimizar tempos de inatividade. Essa abordagem colaborativa não só ajuda a superar os desafios operacionais, mas também impulsiona a inovação e melhora a eficiência em toda a organização.
Otimização da alocação de recursos
Além da otimização da locação de recursos, um aspecto importante que merece destaque é a gestão de licenças de software. É comum nos depararmos com situações em que alguns departamentos necessitam de determinadas licenças enquanto outras ficam subutilizadas. Uma gestão centralizada e eficiente ajuda a otimizar tais recursos.
No entanto, é importante ressaltar que a tecnologia por si só não é a solução para esses desafios. A implementação bem-sucedida de ferramentas de gestão está intrinsecamente ligada a processos detalhados e bem definidos. Sem uma abordagem estruturada e integrada, o impacto das ferramentas tecnológicas pode ser limitado.
A integração de novos sistemas operacionais e aplicativos com os já existentes também é um desafio significativo. Manter a segurança de todo esse ecossistema é crucial, especialmente considerando a crescente ameaça de ataques cibernéticos. Estatísticas revelam que a grande maioria dos ataques direcionados atualmente está voltada para dispositivos móveis, representando um risco significativo para a segurança da rede empresarial.
Além disso, a constante introdução de novas tecnologias no mercado aumenta ainda mais a complexidade da gestão de ativos. Manter um inventário atualizado e garantir o controle adequado sobre esses ativos torna-se cada vez mais desafiador. Muitas vezes, durante o processo de mapeamento detalhado de ativos, é descoberto muitos recursos anteriormente desconhecidos, consumindo recursos e impactando a eficiência operacional.